Palavras da Irmã Augusta de Oliveira ao apresentar "Querida Amazonía"

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suor augusta oliveira - querida amazonia foto: USIG

Início expressando a minha gratidão a Papa Francisco pela sua coragem e ação profética em convocar um Sínodo especial para a região Amazônica.

A Assembleia sinodal, convocou todos nós a vivenciar a CONVERSÃO: pastoral, cultural, ecológica e sinodal, com a aprovação do Documento Final. E hoje nos é oferecido este grande e precioso presente que é a Exortação Apostólica Postsinodal QUERIDA AMAZONIA, ousadia de SONHAR, que alimenta a esperança, projeta o futuro com propostas possíveis de realiza-las.

Expresso a minha emoção ao ler seu titulo Querida Amazônia! Confesso que com este titulo, o meu coração bateu forte, pois, a palavra QUERIDA tem um significa grande e especial, que não se traduz. Expressa amor, ternura, conhecimento, compromisso, cuidado, proteção, paixão, afeto em abundância.

O caminho sinodal abriu horizontes e processos. Papa Francisco nos convida a acolher A Exortação QA e a nos comprometer com a sua atuação como continuidade do caminho sinodal.

Usando a imagem da Casa Comum considero os quatro capítulos: um Sonho Social, Sonho Cultural, Sonho Ecológico, Sonho Eclesial, como quatro grandes “pilares” que constituem a base solidas para continuar a navegar na sinodalidade. Sonhos para e com a Amazônia. Ousamos sonhar juntos(as)? É o forte apelo que nos é feito na Exortação: sonhar com uma Amazônia que luta pelos direitos dos mais pobres, dos povos originários, indígenas, afrodescentes, quilombolas, ribeirinhos, dos pescadores, dos seringueiros, das mulheres trabalhadoras; do povo do campo e da cidade.

É importe o protagonismo dos leigos(as), pois a Igreja com rosto amazônico requer a presença capilar de lideranças leigas.

Continuemos tecendo redes à serviço da vida da Amazônia, com audácia missionaria e profética. E cito algumas experiências: a REPAM - Rede Eclesial Panamazonica, tem uma missão comprometida com Casa Comum, a inculturação do Evangelho e a defesa da vida ao gerar o dialogo e conexões entre as várias Instituições eclesiais que atuam na Amazônia ou em favor da mesma. Assim também agem as equipes missionárias itinerantes, formada por religiosas(os) em uma parceria intercongregacional, sacerdotes e leigos(as) que ajudam a conectar tanto as realidades de fronteiras quanto as comunidades mais isoladas do interior amazônico.

Saliento também o precioso trabalho realizado pela Rede um Grito pela Vida, que trabalha no combate ao trafico humano e a exploração e abuso sexual de menores.

E tantas outras Instituições que desenvolvem projetos de preservação, sustentabilidade, manejo florestal, de recursos hídricos, de saúde, aproveitamento de alimentos, de educação socioambiental, que são parceiras na missão.

Na Exortação, Papa Francisco faz as suas considerações e proposta a cerca da Força e o dom das mulheres. Ele afirma que muitas comunidades eclesiais de base ao longo dos rios, nas flores, nas vilas, nas cidades, existem e se mantêm perseverantes na missão graças a força, a coragem e generosidade de tantas mulheres que transmitem a fé através da catequese, do batismo, nas equipes missionarias e nas diversas atividades pastorais. Presença a ativa e com valiosas contribuições nos conselhos.

Papa Francisco continua a reflexão sempre aberta, no discernimento sinodal e nas tomadas de decisões corajosas e proféticas. Nós, mulheres, continuamos a participar ativamente na vida e na missão inculturada da Igreja na Amazônia. Conquistando e ocupando espaços de decisões, de reflexões e de serviço em defesa da vida ameaçada. Podemos constatar que nas áreas mais difíceis, nas fronteiras mais longínquas encontramos a presença feminina, uma comunidade religiosa presente, animando, sustentando e servindo.

Faço memória agradecida ao Senhor pelo cominho percorrido ao longo desses anos. Memória de tanta vida doada pelos missionários(as) que chegaram na região amazônica e se comprometeram com o Anuncio de Jesus Cristo, se incarnaram, inculturaram, derramaram seu sangue. São muitos os mártires da defesa da vida no chão amazônico: religiosas(os), sacerdotes e leigos(as).

Como consagrada, SMR e em nome de milhares de religiosas que doaram e continuam doado a vida na região Amazônica e em todas as partes do mundo, agradeço a oportunidade de estar aqui para apresentar o grande dom da Exortação Apostólica Postsinodal Querida Amazônia. Uma feliz coincidência por ser hoje memória dos 15 anos do martírio de Ir. Doroty Stang, assassinada em Anapu – PA, Brasil, no dia 12 de fevereiro de 2005.

Que o Deus da vida seja sempre a razão do nosso ser e agir!

Maria, mãe da Amazônia, em ti confiamos e nos inspiramos para melhor amar, servir e reparar.

 

[00196-PO.01] [Texto original: Português]