Ademir Federicci

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Ademar Federicci

Ademir Federicci, mais conhecido como Dema, é mais um mártir da luta pelos povos do campo e da floresta, na região Norte do Brasil. Nasceu dia 31 de março de 1959 e recebeu o nome de Ademir, mas tornou-se Dema para os amigos e companheiros de militância.

Ademir chegou à Transamazônica (Km 75 - Medicilândia) junto com sua família no ano de 1975. Desde então, teve sua trajetória de vida marcada pela atuação em diversos movimentos e lutas sociais. Em seus anos de militância sempre denunciou a retirada ilegal de madeiras em terras indígenas. 

No início dos anos 2000, período de seu brutal assassinato, liderava um grande movimento de resistência à construção do Complexo Hidrelétrico do Belo Monte. Após sua morte o mundo tomou conhecimento de sua trajetória brilhante nas lutas para humanizar a vida no projeto de colonização na Transamazônica, luta travada desde sua chegada ao Norte, no final dos anos 70. 

A voz firme de Dema animou milhares de pessoas para tentar manter a rodovia Transamazônica e suas vicinais em condições de tráfego, de forma a assegurar educação e saúde e, na última década, para proteger as áreas de florestas, os rios e as terras dos índios da ganância de grileiros e empresas destruidoras.

Dema liderou três caravanas da Transamazônica a Brasília, sendo que em uma delas, ocorrida em 1992, 300 pessoas da região escreveram com seus corpos a frase “A Transamazônica não pode esperar” na rampa do Palácio do Planalto. Fruto desse ato, conseguiram recursos para tirar a rodovia do esquecimento, recuperando a estrada e ampliando os serviços de saúde e educação. Esse foi o grande marco do Movimento pela Sobrevivência na Transamazônica, do qual Dema foi um dos líderes mais destacados. O protesto com a frase escrita em corpos, em Brasília, foi reencenado em agosto de 2001, porém, desta vez, para divulgar ao mundo a morte de mais esse mártir da Amazônia.

Para a família Federicci e milhares de outras pessoas, uma outra data jamais será esquecida: o dia 25 de agosto de 2001, quando um tiro atravessou a madrugada de Altamira, no Oeste paraense, e calou a voz do grande líder Dema.

 

Fonte: Com informação do site www.fundodema.org.br