Alejandro Labaka: da missão ao martírio
Dom Alejandro Labaka Ugarte, bispo capuchinho espanhol, foi atingido por 14 flechas da tribo indígena dos Tagaeri, juntamente com a irmã terciária capuchinha da Colômbia, Inés Arango. Haviam entrado em território Tagaeri descendo com um helicóptero para iniciar uma negociação com a tribo e defender os índios das explorações petrolíferas na área. Paradoxalmente, os próprios índios, que viviam angustiados com medo de ser atacados, mataram os dois missionários que lhes haviam oferecido apoio e proteção.
Quem foi Labaka, filho da tribo Huaorani
Labaka nasceu em Beizama em 19 de abril de 1920 e entrou no Seminário aos 12 anos, ordenando-se com 1945. No ano seguinte, foi enviado missionário a Pingliang, China. Ali permaneceu até 1953. A partir de 1955, missionário no Equador, passou 33 anos entre as tribos indígenas da selva de Aguarico. Foi adotado como um filho pela tribo dos Huaorani e nomeado bispo por João Paulo II em 1984.
Três dias depois de aterrissarem na selva, os corpos do religioso e da irmã foram encontrados
Oferecendo o merecido tributo a Alejando Labaka, grande filho da Amazônia e mártir cristão, a Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, e a Associação Católica Latino-americana e Caribenha de Comunicação, SIGNIS ALC, lançaram o primeiro capítulo da série "A Vida pela Amazônia", que relata uma parte da vida do Vigário Apostólico de Aguarico.
“Há relatos que não requerem palavras pois são testemunho vivo; refletem a entrega de tantos homens e mulheres não lembrados e sem nome. É preciso honrar a vida e a esperança destes povos que nos falam de outros modos”, garante Mauricio López, Secretário executivo da Caritas Equador e da REPAM.
“O filme ajuda muito a entender a missão da REPAM: entregar a vida é doá-la, não é perdê-la, é ganhar para a causa do reino e dos mais frágeis, que são nossos maiores mestres. A REPAM está tentando contagiar este compromisso de vida em defesa da Amazônia e de seus povos”, assinala.
"O mártir não é alguém que ficou relegado no passado, uma imagem bonita em nossos templos. Não, o mártir é um irmão, uma irmã, que continua a nos acompanhar e, unido a Cristo, ele não ignora nossa peregrinação terrena, nossos sofrimentos, nossas angustias".
(Papa Francisco)